sexta-feira, 27 de abril de 2012

Reposição de bicarbonato no Choque Hipovolêmico



        A condição de hipovolemia, leva a um estado de hipoperfusão tecidual e consequente distribuição inadequada de substâncias às células entre elas o oxigênio. O oxigênio se faz indispensável para o metabolismo energético mitocondrial, o principal produto da glicólise que entrará na via oxidativa é o lactato. E na ausência de oxigênio esse substrato se acumula, gerando uma acidose metabólica que prejudica ainda mais a perfusão tecidual por afetar a contratibilidade cardíaca através da alteração do PH das células do miocárdio.

    A intenção de repor bicarbonato seria o tamponamento desse ácido, porém as vantagens dessa prática são extremamente questionáveis e autores não estão em concesso sobre a indicação ou não do bicarbonato, e do limite de PH (alguns falam em 7,1 outros em 7,0) para o qual esse seria vantajoso.

        As complicações da administração do bicarbonato são : alcalose metabólica pós-recuperação (o lactato em excesso é convertido em bicarbonato), hipernatremia e excesso de fluido. O impacto da administração de bicarbonato é transitório e se dá através da formação de CO2 (que é eliminado pelos pulmões) e consequente diminuição de hidrogênio, porém pacientes com acometimento grave da circulação não conseguem transportar esse gás até os pulmões e ele acumula no sistema venoso, o acúmulo do CO2 tem sido relacionado com o aumento da acidose intracelular prejudicando dessa forma a utilização hepática do lactato e a contratibilidade cardíaca.


Carolini Cristina Valle
Acadêmica de Medicina (4°ano)

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