segunda-feira, 14 de maio de 2012

Bexiga Neurogênica


A bexiga neurogênica pode ser decorrente de uma doença, lesão ou defeito congênito que afeta o cérebro, a medula espinhal, os nervos que se dirigem à bexiga e ao esfíncter ureteral. É considerada uma disfunção miccional e tem como principais causas: AVC, esclerose múltipla, trauma raquimedular sacral e  neuropatia periférica. Normalmente, as manifestações clínicas apresentada são: incontinência urinaria, hidronefrose, refluxo VU, ITU, cálculo, insuficiência renal.

Quando o músculo detrusor, que é o músculo liso da parede da bexiga urinária, estiver relaxado e o esfíncter ureteral estiver contraído, a bexiga irá armazenar a urina, em volumes crescente com baixa pressão. Quando esse músculo se contrai juntamente com o relaxamento do esfíncter tem-se o esvaziamento dessa bexiga.

A bexiga neurôgenia se manifesta de 3 maneiras diferentes:

1. Hiperatividade detrusora à detrusor contraído
2. Arreflexia detrusora à detrusor relaxado
3. Dissinergia vésico-esfincteriana à esfíncter e detrusor contraídos simultaneamente

O nosso organismo possui 3 alças neurológicas e qualquer lesão nessas alças poderá causa  essa disfunção miccional.
                                     
ALÇA I - controle cortical da micção
                      ALÇA II - sinergismo vésico-esfincteriano
ALÇA III - centro sacral da micção e bexiga 

A investigação da bexiga neurogênica deve ser feita através de um estudo urodinâmico. Como exame complementar deve-se pedir uma urocultura para se conhecer a flora do paciente e caso este seja sintomático direcionar o devido tratamento. A dosagem da creatinina e USG do aparelho urinário também podem ser solicitados para auxiliar no diagnóstico. 

Com relação ao tratamento, se houver uma situação de Hiperatividade Detrusora pode-se usar um Anticolinérgico, uma Toxina Botulínica ou optar por uma Enterocistoplastia para uma ampliação vesical. A Toxina Botulínica é aplicada na musculatura da bexiga e irá inibir a liberação da acetilcolina na fenda sináptica. Já quando se trata de uma Hiperatividade Detrusora associada com uma Dissinergia Vésico-esfincteriana usa-se como tratamento, além do já citado, algo que auxiliará no esvaziamento vesical,  que pode ser por cateterismo ou sonda. Em casos de Arreflexia Detrusora faz-se a opção é um esvaziamento vesical. 

Jamille Crestani Lunkes
Acadêmica de Medicina (4° ano)

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