domingo, 21 de outubro de 2012

Disartria


Disartria (anartria, quando completamente ininteligível) é um distúrbio motor da articulação que não envolve disfunção das áreas corticais responsáveis pela linguagem, de forma que compreensão, leitura e escrita permanecem intactas.

Quando produzida por acometimento da inervação dos músculos bulbares por neurônios motores inferiores (“paralisia bulbar”), ocorre fraqueza palatal, escape de ar pelo nariz e hipernasalidade da fala. A má pronúncia pode ser agravada por paresia da língua acompanhada de fasciculação. Causas incluem esclerose lateral amiotrófica, síndrome pós-pólio, miastenia gravis, polimiosite e dermatomiosite.

A disartria de neurônio motor superior (espástica) é produzida por uma “paralisia pseudobulbar” e resulta numa pronúncia árdua e lenta. Pode ser causada por envolvimento bilateral do córtex ou vias descendentes

Disartria cerebelar apresenta-se como uma fala semelhante à que resulta da intoxicação por álcool associada a uma incapacidade de modular adequadamente seu ritmo e sua intensidade. Pode ser causada por dano focal ao vermis. Doenças que geram dano cerebelar incluem esclerose múltipla, degeneração cerebelar paraneoplásica, hipotireoidismo, deficiência de vitamina E e doença celíaca.
Doenças extrapiramidais (i.e., dos gânglios da base) têm apresentações distintas – podem ser hipocinéticas ou hipercinéticas. Na doença de Parkinson, caracterizada por alentecimento dos movimentos e rigidez, a fala é hipocinética; o suporte respiratório, inadequado; as frases, lentas e monótonas ou rápidas e curtas. Disartria hipercinética pode resultar de coréia, discinesia orofacial e atetose. Neste tipo, há um discurso irregular devido a um excesso de movimentos involuntários.

Rafael Araujo Iizuka
Acadêmico de Medicina (4° ano)


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