domingo, 4 de novembro de 2012

Insuficiência Cardíaca de Alto Débito


Conceitualmente, insuficiência cardíaca de alto débito é quando sinais e sintomas ocorrem na vigência de um débito cardíaco aumentado (volume minuto >8L/min ou um índice cardíaco > 3,9L/min/m2). Um estado de alto débito persistente pode estar associado à dilatação ventricular e/ou hipertrofia, taquicardia persistente e anormalidades valvulares funcionais, todos podendo culminar em insuficiência cardíaca.

As duas rotas possíveis para a redução da RVP são:
- Vasodilatação: anemia crônica, hipercapnia crônica, tireotoxicose, sepse, Beribéri, gestação, doença hepática e síndrome carcinoide.
- Shunt arterio-venoso: fístula arterio-venosa sistêmica, doença de Paget, mieloma múltiplo, doença de Albright, doença hepática e síndrome carcinoide.

Ambos os cenários podem causar uma queda na pressão arterial sistêmica (baixo DC) levando a ativação simpática, com aumento compensatório do DC e ativação neuro-hormonal (incluindo o sistema renina-angiotensina-aldosterona e vasopressina). Esse processo causa retenção de sal e água e insuficiência cardíaca clínica.

Ao se suspeitar de insuficiência cardíaca, baseado em história, sinais e sintomas, eletrocardiograma, radiografia de tórax e peptídeos natriuréticos, pode-se realizar a seguinte diferenciação:

IC de alto débito
IC de baixo débito
Periferia quente
Periferia fria
Preservação da função ventricular esquerda
Disfunção ventricular esquerda
DC > 8L/min
DC <4L/min
SvO2 > 70-75%
SvO2 <65%
Etiologia consistente com DC elevado
Etiologia consistente com DC baixo

Doença valvar significante

Esta condição, embora rara, é muitas vezes associada a uma etiologia potencialmente corrigível. Na ausência de uma causa remediável, as opções terapêuticas são muito limitadas, mas inclui a restrição dietética de sal e água, combinada à utilização criteriosa de diuréticos. A utilização de terapias convencionais para a insuficiência cardíaca, tais como os iECA, bloqueadores do receptor de angiotensina e certos b-bloqueadores com propriedades vasodilatadoras, deverá reduzir ainda mais a resistência vascular sistêmica, resultando na deterioração do quadro.

Algumas drogas vasoconstritoras adrenérgicas intravenosas estão disponíveis (noradrenalina, efedrina, metaraminol e fenilefrina) e podem ser usadas como adjuvantes a curto prazo. Intervenção respiratória com PEEP elevada para edema pulmonar resistente também pode ser útil.

Laís Janeczko
Acadêmica de Medicina (4° ano)

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